James Rowland, natural da Escócia, atualmente vive em Paraty, RJ. É formado em Geofísica pela Universidade de Edimburgo, Reino Unido, com um curso de designer-maker em marcenaria, pela escola britânica Waters & Acland.
Sua relação com arte inicia-se no momento que, com vontade de criar e moldar, explora a criação ‘sem finalidade’, deixando-se ser guiado pela madeira bruta, onde encontra liberdade na busca por formas sem a finalidade da movelaria com a qual trabalhava.
James retrata em suas obras a sua percepção sobre os rastros da ação do tempo na natureza e a ancestralidade da relação humana com ela, em outras palavras, como a nossa relação com ela mudou ao longo do tempo. Esses dois pontos focais de sua pesquisa têm origem em sua infância na Escócia, impactado pelas estações demarcadas do bioma e pelo mistério dos círculos de pedras neolíticas do país.
A relação de tempo e ciclos naturais aparece nas formas biomórficas esculpidas na madeira, buscando transmitir a beleza natural dessas passagens, como cicatrizes cavadas na paisagem, através de textura e de relevos, buscando capturar nelas a imagem das fissuras naturais e vazios, em uma ode à máxima de que “nada resiste à passagem do tempo”.
Outro tema recorrente em seu trabalho, é a influência da nossa relação com a natureza sobre nossas crenças e folclores, advindos de um tempo em que essa interação era muito mais abundante do que é hoje, uma escassez que nos molda e leva ao nosso estágio atual.
A escolha da madeira utilizada no trabalho é intuitiva e varia de obra a obra, desde um planejamento específico que, para o artista, demanda certa cor e textura, ou do impulso de criar algo com restos, buscando na cor de cada tipo de madeira uma maneira de realçar sua beleza e forma.